Well Guys, sei que estou atrasada com o 6 e o 7 mês, já que estou chegando ao meu 8 mês aqui, mas hoje resolvi escrever algo diferente, algo que passei nesses últimos dois meses, passei não, pensei e coloquei um pouco em pratica, então como eu sou do tipo de pessoa que se expressa melhor em palavras então vai ai um pequeno texto sobre vir pra cá (pro desconhecido) e viver essa realidade diferente e ate as vezes cruel.
Atenção: o que eu disser aqui é muito de cada um, todo intercambista tem uma visão totalmente diferente da sua vida, espero que algumas pessoas se identifiquem com isso e não julguem o próximo por escolher a opção de voltar para sua terra natal ou querer se jogar em outro mundo de novo, deixa a pessoa ser feliz do jeito que ela quiser, lembrando que gente feliz não enche o saco! ;)
Quando decidimos mudar a nossa vida precisamos saber exatamente por onde começar, outras pessoas já preferem se tacar de cabeça na mudança sem olhar pra tras, outros pensam em todos os detalhes, outros deixam anos e anos e anos pra depois um dia quem sabe realizar, enfim, a palavra mudança já nos faz pensar em mil coisas. Quando decidi fazer o Au Pair, eu era apenas uma adoradora de todas as meninas que escreviam nos blogs, ou contavam suas historias nos Vlogs e os comentários loucos, absurdos, engraçados e ate fofos sobre a vida de Au pair nos grupos do Facebook, sabendo que aqui seria um desafio e tanto para mim, eu apenas não imaginava que seria um tanto quanto bom e perturbador de uma certa forma.
Para aqueles que ainda acompanham o meu blog, sabem que vivi um drama particular com o termino do meu namoro, bom meninas e meninos que pensam em vir, se eu fosse vocês a uns meses atras, exatos 8 meses atras, não teria feito metade das minhas promessas que fiz para o meu ex, e sim teria feito as promessas para mim mesma.
Vir morar sozinho em um país diferente tem suas vantagens e desvantagens, você descobre muita coisa sobre você mesma, hoje eu sei que sou péssima em relacionamentos, hahaha, tipo a Rainha Má do Once Upon a Time (quem vê serie vai entender de quem to falando)só que sem o delegado gostoso e o Robin Hood gato e amoroso, enfim brincadeiras a parte, descobri aqui que eu tenho uma paciência que me surpreendeu bastante, vi que gosto de ter pessoas por perto, gosto de ajudar ao próximo no que ele precisar, vi também quem são meus amigos de verdade e amigos que só vem conversar comigo para pedir coisas ou apenas curtir fotos minhas no facebook(o que não estou reclamando haha). Percebi que tenho um relacionamento de amor e ódio com os americanos, principalmente com os homens, tive meu primeiro Date e wow, me senti um peixe fora d'agua, me senti sem assunto e até um pouco constrangida, por estar ali e ao mesmo tempo não estar.
Percebi também o quanto o Summer pode ser o pior pesadelo de uma Aupair, ter as crianças 25horas por dia em casa é um pouco assustador, porque você não vê a hora de ficar off ou do final de semana chegar para sair o mais rápido possível, lembrando amo minhas crianças e minha Hostfamily, mas paciência tem limites, para nao matar alguém principlamente .
Voltando ao foco lá do começo, aqui, fora da sua zona de conforto, você se sente só, você começa a perceber que a sua família natural pode sim viver sem você, que seus amigos que você via quase todos os dias estão saindo mais do que estavam com você, que mil coisas, mil piadas, mil bebederas estão acontecendo sem você neste momento, e ai que você se vê em um ambiente diferente, onde seus amigos hoje são os mexicano, os alemães, os americanos, um ou dois brasileiros, as noitadas não são tão longas, que seu ex pode muito bem viver sem você e ainda achar uma nova namorada mais bonita que você, e dai? É a vida, a vida de um intercâmbista que vem a trabalho. Tenho um amigo na Austrália, espero que ele leia isso, acho que nossos intercâmbios são totalmente diferentes, e as vezes tenho ate inveja dele, por ele estar de boa passando perrengue apenas surfando hahah Vida boa Rodrigo, e eu aqui escutando choro de criança porque não vai ter a sobremesa do dia, mas ai paro e penso, se não fosse pelo Au Pair eu não chegaria onde cheguei com o meu inglês, eu nunca imaginaria que estaria ajudando meus amigos a falarem direito uma ou duas palavras ou mais, não estaria treinando o meu espanhol com minhas amigas Latinas, não saberia metade da cultura de um mexicano, um costa riquenho e um colombiano e talvez eu não saberia que apenas por ter um "accent" diferente pode sim chamar a atenção de um barman e ter algumas bebidas de graça, thanks Andrew!
Aqui fora os desafios de apontar os lados bons do seu país podem ser sim motivo de discução entre uma conversa entre amigos americanos, eu sou a primeira a bater o pé no chão e dizer que o Brasil pode ter varias coisas ruins mas que ele tem muita coisa boa também. Outro desafio é como a sua mente está aberta para tudo, você tem que ver o mundo de uma forma que você não via antes, apenas imaginava porque no Jonral Nacional falavam algo ou porque nos Filmes de Ação mostravam algo totalmente diferente do que você vê ao vivo e a cores, aquele tal de "sentir na pele". Os desabafos com seus amigos não vao ser mais os mesmos, falar é facil, eles não estão vivendo o que você vive, então você acaba recorrendo ao bom e velho chocolate (eu no meu caso), seus amigos gringos e latinos vao estar ocupados para falar sobre, o final de semana vai chegar e a unica coisa que você quer fazer é descansar a mente e tentar nao lembrar de casa, afinal saudade dói.
Hoje eu sei que não posso ir no cinema sozinha, fui uma vez pra nunca mais, me senti mais solitaria do que tudo, fraca? talvez.
Percebi que skype, facetime, whatsapp, facebook, as vezes não te fazem ficar perto e sim cada vez mais longe de tudo e de todos, que as brigas começam pelo facebook, que os ciumes vem de pequenos detalhes ou pequenas faltas de palavras ou assuntos com aqueles que você ama, que talvez em alguns skypes você veja que ele talvez não te amava tanto assim, coisas que a distancia atrapalha, mais a disntacia tem o seu lado bom, hoje me sinto ate mais proxima do meu pai, mais do que quando morava com ele, a disntacia me fez ver que a minha familia natural é assim, cheia de defeito, cheia de alegria, cheia de aparencias e cheias de amor, e eu sinto falta disso.
Hoje percebo que ainda não estou preparada para ficar de vez aqui nos EUA, que eu ainda tenho mais 189 países para tentar morar ou conhecer apenas.
Mas ao mesmo tempo que acontece tudo isso no final sempre vale a pena, uma das partes mais gratificantes de você vir para um outro lugar e aprender um novo idioma é depois de alguns meses a Host Family virar para você e falar "o seu inglês melhrou demais, estamos orgulhosos de você", escutei essa frase da minha host family umas 4 vezes e me sinto muito orgulhosa de mim mesma.
Hoje eu sei que eu posso voltar para o Brasil e vou me sentir bem comigo mesma sobre o meu ingles, sei também que quando eu voltar vou recomeçar do 0 e eu já fiz promessas (eu e minhas promessas) e é assim que sempre vai ser quando você vai seguir um novo caminho. POREM, TODAVIA E PORTANTO hahaha façam um intercambio nem que seja de 6 meses, acredite ele muda sua vida.
Por mim eu faria tudo de novo, se eu for fazer irei fazer diferente para ter novas mudanças.
UFA.
É isso, como ainda estamos no summer, vou tentar fazer o resumão dos dois meses ai que passaram sobre as viagens e as loucuras dos camps!
XOXO, Mary
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